A
principal missão do espiritismo na Terra é a transformação do homem. O período
em que vivemos é fundamental que deixemos os paradigmas que nos aprisionam há
muitos séculos, para que possamos vivenciar a moral que já conhecemos, mas
pouco realizamos.
Assim
o espiritismo traz a Reforma Íntima como o meio de transformar a informação em
ação. A moral bela dos livros, na prática do dia a dia.
Para
isso devemos realizar uma viagem ao nosso interior, conhecendo o que temos e o
que podemos realizar. O auto conhecimento sincero nos mostrará o quanto ainda
somos imperfeitos, mas também nos estimulará e nos guiará no caminho mais ponderado
a seguir.
Não
é uma tarefa fácil, dificilmente queremos ver e reconhecer quem realmente
somos, portanto seguem algumas informações importantes para que não nos
percamos no labirinto traiçoeiro e assustador que há em nós mesmos.
1. Organizar um quadro que indique o
que deve ser eliminado e o que deve ser conquistado.
Colocar no
papel de uma forma que possamos enxergar aquilo que é mais prioritário ser
trabalhado é uma forma de utilizar de maneira mais aproveitável nossas
energias. Se damos “pequenos tiros” aleatórios temos uma eficácia bem menor do
que mirar num alvo específico. Assim nossos resultados serão mais precisos e
evidentes.
2. Encarar as inferioridades frente a
frente e sem nenhuma idéia de diminuição pessoal, todos somos imperfeitos.
Quando encaramos
nossa inferioridade o desânimo parece tomar conta de nossas forças, mas devemos
ter a noção necessária daquilo que realmente somos. As falhas serão grandes, o
caminho é longo, mas se não dermos pequenos passos, nunca venceremos a longa
estrada.
3. Assinalar as imperfeições que
julgamos em condições de eliminar em primeiro lugar, começando naturalmente pelos
mais simples.
Dar um passo “maior
do que a perna” vai nos derrubar, e até levantarmos para seguir em frente
perderemos muito mais tempo e energia do que seguir constante em passos
pequenos, mas que podemos realizar com mais certeza.
4. Os vícios são simples hábitos e
basta vontade firme para eliminá-las.
Os vícios são
falhas adquiridas que podemos eliminar com mais facilidade, basta vontade firme
para isso.
5. Os defeitos morais são erros que
carregamos há muito tempo e são necessários encarnações inteiras e grandes
esforços para serem eliminados ou diminuídos.
Os defeitos já
são mais poderosos e não temos condição de eliminá-los por inteiro, mas sim
diminuí-los o máximo que conseguirmos. Os esforços são maiores e as quedas mais
constantes. Mas a luta não deve parar um dia sequer.
6. Empreendendo um treinamento
importante e contínuo chegaremos a resultados seguros.
A luta diária
começa com grande esforço, mas com o tempo, aquilo vai se tornando natural. Por
isso a necessidade de regras e treinos constantes, a dificuldade vai diminuindo
com o tempo.
7. O tempo depende da perseverança e do
rigor empregado.
Quanto mais
vontade e rigor empreendemos no processo da reforma íntima, mais rapidamente
perceberemos os resultados em nossas vidas.
8. Não deixar para amanhã, prosseguir
na rota traçada sem desistir ou olhar para trás.
A hora é
sempre agora. Pois para cada oportunidade desperdiçada, teremos que responder
através da Lei de ação e reação. Não temos mais tempo para pensar, temos que
agir.
9. Para cada defeito o antídoto
Para defeitos
mais graves como o orgulho (presunção, amor próprio, sentimento de
separatividade, vaidade, ostentação); o egoísmo (avareza, apego materiais,
insensibilidade aos sofrimentos alheios, frieza íntima) devemos desentocá-los
das profundezas da alma e aplicá-los os sentimentos opostos: para orgulho,
humildade, para o egoísmo, caridade.
10. Despreocupação com opiniões de terceiros
e de preconceitos religiosos e sociais.
Quase sempre,
aquele que busca a reforma interior, foge de costumes e manias naturais ainda
aceitos e praticados pela sociedade, aquele que prefere o auxílio ao próximo ao
invés do prazer pessoal, ainda é taxado de “bobo”. Aquele que não revida uma ofensa,
ainda é taxado de fraco. Se tivermos esta preocupação, deixaremos de alcançar
resultados mais profundos.
11. Reagir ao desânimo, os instrutores
espirituais estão sempre ao nosso lado.
A
espiritualidade inferior que nos acompanha não pretende permitir que sejamos
melhores, pois terão menor influência sobre nós, portanto, tentarão nos
desanimar da maneira que conseguirem nos influenciar. Quando isto ocorrer, a
oração nos ajudará a perceber a influência benéfica da espiritualidade superior
que também estão ao nosso lado, prontos para agir quando têm a oportunidade
para isso, nos motivando a seguir sempre em frente.
12. Começar pelo lar, controlando
palavras, gestos e ações, até que a conduta se torne natural.
Se não
conseguimos ser melhores em nosso lar, não conseguiremos ser em lugar nenhum.
Pois no lar mostramos quem realmente somos, já que os familiares nos conhecem
do jeito que somos e não utilizamos as “máscaras” que nos colocam aptos à viver
na sociedade.
13. Ser exemplo de boa conduta.
A única
maneira de convencermos alguém que estamos no bom caminho é através dos
exemplos, e não das palavras. Assim, nos melhorando e mostrando aos outros que
é possível, incentivamos cada vez mais pessoas a se melhorarem, fazendo com que
a sociedade se torne cada vez mais evoluída.
14. Nada vem do exterior, as conquistas
são íntimas e deve vir de nosso esforço próprio.
Rituais, frequência
em templos religiosos, trabalho sem amor, amor sem trabalho... Nada disso nos
trará resultados, as conquistas são íntimas. Somente através do nosso próprio
esforço é que podemos galgar melhores condições e felicidade, ou não seria
justo, e não sendo justo, jamais seria perfeito, e se não for perfeito, não
poderia ser divino.
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Para
encerrar, a sabedoria que Allan Kardec nos mostra no Livro dos Espíritos:
Pergunta 909 – O homem pode sempre vencer as suas más tendências pelos seus próprios
esforços?
R. – Sim, e às vezes com pouco esforço, o que falta é a
vontade. Ah, como são poucos os que se esforçam!
Pergunta 919 – Qual o meio mais eficaz para se melhorar nesta vida e resistir ao
arrastamento do mal?
R. – Um sábio da antiguidade já vos disse: - Conhece-te
a ti mesmo
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